sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

KRAV MAGÁ

Krav Magá, futuro esporte?






Conheça um pouco mais sobre o Krav Magá.


Arte marcial, estilo de luta ou mais um novo esporte? Ainda são poucos os que conhecem o Krav Maga, muito menos, que ele entrou no Guiness por reunir o maior número de pessoas em uma aula de defesa pessoal, ou que vem se tornando fundamental e obrigatório em algumas Organizações Governamentais, como a SWAT, a CIA e o BOP. Para desmistificar e ensinar um pouco mais sobre o Krav Maga, batemos um papo com o instrutor baiano, e torcedor do Bahia - exigência para conceder a entrevista -, Gabriel Carvalho. Vale a pena conferir.




O Krav Maga nasceu na década de 40 pelas mãos de Imi Lichtenfeld em Israel, pouco antes de sua independência. Seu berço de nascimento foi o movimento de resistência dos judeus da Europa, durante a 2ª guerra mundial. Com o passar dos tempos, passou a ser adotado pelo Tzahal, serviço militar israelense, polícia e serviço secreto. Inicialmente era restrito apenas à elite militar, mas a partir de 1964 foi liberado o ensino aos militares em geral e à população civil dentro do Estado de Israel. 


Quem pratica o Krav Magá descobre sua essência e filosofia, descobre que é uma arte na essência da palavra, ele cria um caminho de vida competitivo, onde o maior desafio do aluno é consigo mesmo, procurando alcançar suas metas, melhorando-se a cada dia, a cada instante.
Por ser uma arte eminentemente prática e que, através do trabalho corporal, procura atingir a mente, o intelecto e a espiritualidade, o Krav Magá acaba despertando em seus praticantes algo mais que o desejo de se defender, ele desperta o que é imprescindível para o ser humano: a conquista da autoconfiança. 


ENTREVISTA

Jean: Arte marcial, estilo de luta, esporte, afinal de contas, o que é o Krav Magá?

Gabriel: O Krav Magá é uma defesa pessoal que visa com movimentos simples, rápidos e objetivos dar solução para qualquer tipo de agressão.

Jean: Quem é Gabriel Carvalho? 

Gabriel: Comecei a treinar Krav Magá 2003 com o Instrutor Henrique Cerqueira ( Coordenador da Bahia pela Federação Sul Americana de Krav Magá ). Em 2005, fiz o curso de monitores e comecei a auxiliar  meu Instrutor em suas aulas. No ano final de 2007, fui aprovado na seleção da 6º turma de instrutores da Federação Sul Americana de Krav Magá e tive o privilégio de ser instruido pelo Mestre Kobi Lichtenstein – introdutor do Krav Magá na América do Sul. Concluí o curso de instrutores no inicio de 2009 e comecei a ensinar em Maio do mesmo ano. Hoje, dou aula e estou montando minha academia dentro do clube Costa Verde, em Piatã, acredito que até Março desse ano terei minha própria sede. Comecei a treinar há 8 anos e leciono a quase 2. É o começo de uma história.

Jean : Etimologicamente o que quer dizer?

Gabriel: “Krav” em hebraico significa “Combate”; “Maga” é algo como “próximo”, “contato”. 

Jean : Como surgiu?

Gabriel: Foi criado no incio da década de 40 pelas mãos de Imi Lichtenfeld, em Israel – pouco antes de sua independência. Imi era judeu austro -húngaro e havia vivido o nazismo na Europa, havia combatido os nazistas. Conhecia o horror de perto e em virtude de suas experiências percebeu que todas as técnicas de combates e lutas que existiam de nada valiam diante daquela realidade. Naquele momento, década de 40, ele era instrutor de defesa pessoal do Hagana ( grupo que lutava pela independência do Estado de Israel) e a partir dali começou a formular. Tendo como ferramenta apenas seu próprio corpo; entendeu que seus movimentos naturais poderiam ser trabalhados para a defesa própria e combate e que os seus pontos fracos e sensíveis também o eram para seus inimigos e adversários, afinal, um corpo humano é um corpo humano. Com esta conclusão decidiu criar uma técnica corporal que seria eficiente para qualquer um, independente de força ou preparo físico, idade ou sexo, defender sua vida com aquilo que possuía, sua mente e seu corpo.

Logo após a proclamação da independência do Estado de Israel Imi foi nomeado instrutor de defesa pessoal do Tzhal ( Exército Israelense ). A partir da ai o Krav Magá tornou-se a defesa pessoal oficial do exército israelense.

Jean : Como é regulamentado o Krav Magá no Brasil?

Gabriel: O Krav Magá no Brasil hoje é supervisionado pelo próprio Mestre Kobi – Presidente da Federação Sul Americana de Krav Magá (FSAKM) . Hoje, existem representantes da Federação em diversos Estados do Brasil (BA, RJ, SP, PB, CE, AM, SE, ES, DF, SC, RS, MG, PR e GO), na Argentina e no Peru. Todos os representantes foram rigorosamente formados pelo Mestre. Sendo a sede da Federação no RJ.       

Jean: Como é elaborada a formação e graduação do instrutor?

Gabriel: O curriculum do Krav Magá é distribuído em um sistema de faixas coloridas – que seguem a seguinte ordem: Branca, amarela, laranja, verde, azul, marrom e preta. Em cada graduação o aluno é apresentado a uma gama de agressões e soluções para as mesmas. Os exames para mudança de graduação, ainda hoje, são realizados com o Mestre Kobi – da amarela à laranja, no estado de origem do aluno; da verde à preta, no Rio de Janeiro. Para tornar-se instrutor, pela Federação, é necessário estar na terceira gradução ( verde ), passar na seleção do curso de formação e concluir o curso sob a supervisão do Mestre Kobi.  No curso de formação de instrutores são abordadas matérias como: Filosofia das artes marciais, nutrição desportiva, primeiros socorros, marketing, fisiologia, anatomia e o próprio Krav Magá.  O curso tem duração média de 6 meses é ministrado na sede da FSAKM.

Jean: É verdade que a Polícia Militar tem um projeto para implementar a prática do Krav Maga em sua corporação?

Gabriel: Na verdade, houve uma sondagem. No  início do segundo semestre de 2010, a Polícia Militar nos convidou para realizar um aulão para 150 soldados com o objetivo de avaliar sobre a possibilidade de inserir o Krav Magá na grade curricular do curso de formação dos futuros policiais. Fomos muito bem recebidos, se não me engano, o aulão foi realizado na quadra da Fundação Araketu, mas, infelizmente, o projeto ainda não andou.

Jean: Existe alguma filosofia nos ensinamentos do Krav Magá, ou apenas defesa pessoal?

Gabriel: Sim, sim, temos uma filosofia: “Seja rápido, seja simples, seja objetivo”. O Krav Magá prega o que é, mesmo sendo uma defesa pessoal

Jean: Qual a maior dificuldade no Brasil e na Bahia mais especificamente?



Gabriel:Acredito que a maior dificuldade quem passou foi o Mestre logo que chegou no Brasil, 20 anos atrás, e meu Instrutor quando chegou na Bahia, 12 anos atrás. Apresentar algo novo é sempre complicado. Logo vieram os testes, a desconfiança e etc. Hoje, por causa de muito esforço dos dois o Krav Magá tem uma ótima imagem e é cada vez mais conhecido.


Jean: Qual a importância para o Krav Magá de entrar para o Guiness? Você estava presente no evento no Rio de Janeiro?

Gabriel:O objetivo do do Mestre Kobi ao fazer a maior aula de defesa pessoal a céu aberto foi imortalizar o nome de Imi. No ano que o aulão foi realizado, 2010, Imi estaria completando 100 anos se estivesse vivo. O Aulão coroou um grande seminário internacional  realizado pela FSAKM para comemorar o centenário do criado do Krav Magá.  Eu estive lá e levai alunos e familiares. Foi uma coisa mágica. Conseguimos colocar 2212 pessoas treinando em plena Copacabana. Memorável!  

Jean: A tendência é legitimar o Krav como esporte, constituindo regras e torneios?

Gabriel: Não, não... acredito que não. O Krav Magá foi criado como defesa pessoal e suas técnicas só tem funcionalidade se forem encaradas como tal. Apesar de não ter nada contra o esporte, acredito que esse não seja o caminho.

Jean: O que é o Krav para Gabriel Carvalho?

Gabriel: O Krav Magá para mim é um caminho de vida que a todo momento me mostra o quanto devemos estar preparados para situações difíceis. Preparados podemos superá-las. Não importa o quanto elas pareçam impossíveis.   

Conheça mais sobre o Krav Magá em:

www.kravmaga.com.br

1 comentários:

Claudia disse...

Nossa!!!!! Muito boa mesmo a entrevista. Esclarecedora e objetiva. Parabéns a Gabriel pela sua filosofia de vida.
Claudia.

29 de janeiro de 2011 às 13:57